MÓDULO 8 - COLETA PARA POBRES
Os cristãos doavam para ajudar outros tanto como para apoiar obreiros apostólicos (emissários - chamados hoje de missionários), permitindo-lhes viajar e iniciar reuniões como igreja em cada cidade. Um dos testemunhos da Igreja Primitiva foi o de revelar o quão liberais eram os cristãos com relação aos pobres e necessitados.
Se você pensa que sair do sistema religioso é para ficar parado e investir dinheiro só com coisas materiais, está enganado!
Havia unidade total na Igreja Primitiva porque eram ferranhamente perseguidos. Estavam todos os dias nas casas compartilhando o pão físico (refeições de amor) e o pão espiritual, a Palavra.
Tinham todos os bens em comum. Entretanto crente preguiçoso dá maligna cultura de ler apenas textos isolados nunca vai entender o porquê de Ananias e Safira terem morrido, ou o porquê das doações de bens materiais nos primeiros capítulos de Atos dos Emissários.
Vamos fazer o seguinte, vamos ler pausadamente os trechos bíblicos a seguir, e bastará para nós entendermos o Evangelho que é de graça e espalha aos pobres:
E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. (At 2:44 e 45)
Notou o verbo repartir? Com quem? Com a denominação? Com os "pastores"? Com os "padres"? Não! Com os irmãos da Igreja que precisavam.
Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha. Então José, cognominado pelos apóstolos Barnabé (que, traduzido, é Filho da consolação), levita, natural de Chipre, possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos. (At 4:34 ao 37)
- Necessitados, apenas, unicamente para os necessitados.
- Era depositado aos pés dos emissários, mas em seguida, note: repartia-se segundo a necessidade de cada um! Nenhum enviado do Pai tomava aquele dinheiro para si.
Paulo passou necessidade (Fp 4:11 e 12) e foi ajudado duas vezes para não morrer de fome.
O Messias deixou claro em Mateus 6 que todas 'essas coisas', e não 'todas as demais coisas', seriam acrescentadas, isto é, se você colocar o Reino de Adonai na sua vida como preempção, as coisas que o Messias estava falando no contexto não faltarão: comida para comer, lugar para dormir e roupa para vestir.
Essa é a verdadeira prosperidade. Aquele que ajuda o pobre (Salmo 41) é abençoado na terra, tem saúde, é protegido dos inimigos e é feliz!
Não aquele que faz campanha, corrente, sacrifícios, votos, e obrigações tolas, mas sim aquele que ajuda o pobre. Aí o cidadão ajuda o pobre uma vez, e simultâneamente faz campanhas de milagres, curas, vitórias, e etc. E é abençoado, logo, ignorantamente atribui isso a sua denominação e ao "super pastor" que o revelou, profetizou, pregou, curou... Mal sabe ele, que foi porque estendeu a mão a um necessitado.
Quanto a Ananias e Safira, o que ocorreu uma vez só, foi:
- porque o Espírito Santo recém havia descido, e a Igreja estava em seu ápice
- porque eles mentiram ao Espírito Santo em uma comunidade cristã tão verdadeira e unida que ninguém mentia, só eles
- para produzir temor na Igreja da época, e em nós hoje
Pedro fez com Ananias e Safira, o que é mais ou menos o caso do "pecado para morte" (do corpo) que encontramos nas epistolas. Paulo manda "tirai dentre vós a esse iníquo" (1ª Co 5.13). Não se trata de tirar alguém do Corpo da Igreja, pois isto é impossível, mas trata-se de tirar alguém da mesa do Salvador (1ª Co 10).
Agora vamos para nossos textos áureos sobre coletas para pobres. Vou colocar 2ª Coríntios 8 e 9 juntos para melhor entendimento. Diferentemente do que falou um dos maiores líderes religiosos do Brasil: "Segunda Coríntios 8 e 9 trata-se do maior compêndio teológico sobre dízimos e ofertas". Mentira! O texto inteiro não fala uma vez se quer de dízimos ou de ofertas.
Abaixo, também vou negritar as partes importantes. O destino das coletas são os cristãos pobres da Judéia:
Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de D'us dada às igrejas (irmãos que se reúnem como Igreja da Macedônia); Como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço (serviço de coletas), que se fazia para com os santos (para quem? Os santos!). E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Salvador, e depois a nós, pela vontade de D'us. De maneira que exortamos a Tito que, assim como antes tinha começado, assim também acabasse esta graça entre vós. Portanto, assim como em tudo abundais em fé, e em palavra, e em ciência, e em toda a diligência, e em vosso amor para conosco, assim também abundeis nesta graça (nesta ajuda aos pobres). Não digo isto como quem manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade de vosso amor. Porque já sabeis a graça de nosso Senhor e Salvador que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis. E nisto dou o meu parecer; pois isto convém a vós que, desde o ano passado, começastes; e não foi só praticar, mas também querer. Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes (o que tendes, e não o que não temos). Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem. Mas, não digo isto para que os outros tenham alívio, e vós opressão, mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros (roupas, alimentos, doações em geral aos cristãos pobres), para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade; Como está escrito: O que muito colheu não teve demais; e o que pouco, não teve de menos. Mas, graças a Deus, que pôs a mesma solicitude por vós no coração de Tito; Pois aceitou a exortação, e muito diligente partiu voluntariamente para vós. E com ele enviamos aquele irmão cujo louvor no evangelho está espalhado em todas as igrejas (irmãos que se reúnem como Igreja em cada cidade). E não só isto, mas foi também escolhido pelos irmaõs (Tito iria junto, para não haver falatórios, pois eles iriam viajar com o resultado da coleta - dinheiro - e isto precisava ser feito de forma transparente) para companheiro da nossa viagem, nesta graça que por nós é ministrada para glória do mesmo Salvador, e prontidão do vosso ânimo (ajudavam os pobres com ânimo);
Evitando isto, que alguém nos vitupere (que alguém fale mal pelo desvio do dinheiro) por esta abundância, que por nós é ministrada; Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Salvador, mas também diante dos homens. Com eles enviamos também outro nosso irmão, o qual muitas vezes, e em muitas coisas, já experimentamos ser diligente, e agora muito mais diligente ainda pela muita confiança que em vós tem. Quanto a Tito, é meu companheiro, e cooperador para convosco; quanto a nossos irmãos, são embaixadores das igrejas (emissários que cumpriam Lucas 10 - indo de cidade em cidade levar o evangelho e iniciar reuniões como Igreja) e glória do Messias. Portanto, mostrai para com eles, e perante a face das igrejas, a prova do vosso amor, e da nossa glória acerca de vós. Quanto à administração que se faz a favor dos santos, (é um serviço que deve ter ordem, a administração das coletas precisa ser bem feita) não necessito escrever-vos; Porque bem sei a prontidão do vosso ânimo, da qual me glorio de vós para com os macedônios; que a Acaia está pronta desde o ano passado; e o vosso zelo tem estimulado muitos. Mas enviei estes irmãos, para que a nossa glória, acerca de vós, não seja vã nesta parte; para que (como já disse) possais estar prontos, a fim de, se acaso os macedônios vierem comigo, e vos acharem desapercebidos, não nos envergonharmos nós (para não dizermos vós) deste firme fundamento de glória. Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos, para que primeiro fossem ter convosco, e preparassem de antemão a vossa bênção, já antes anunciada, para que esteja pronta como bênção, e não como avareza. E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará (o sistema religioso ama esse versículo, mas esquece do posterior). Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque D'us ama ao que dá com alegria. E D'us é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres (deu para quem? Claro, unicamente os pobres!); a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; (a benção de Adonai sempre estará em cima daquele que ajuda o pobre, esse é o segredo de uma verdadeira prosperidade de vida) Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a D'us. Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos (alimentos, roupas, remédios...), mas também é abundante em muitas graças, que se dão a D'us. Visto como, na prova desta administração, glorificam a D'us pela submissão, que confessais quanto ao evangelho do Messias, e pela liberalidade de vossos presentes (doações - erroneamente traduzida para dons - vide a Bíblia Original para melhor entendimento) para com eles, e para com todos; E pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de D'us que em vós há. Graças ao Criador, pois, pelo seu dom inefável.
Ajudar os pobres não é só dinheiro, roupa, alimentos, remédios...
Lembre-se que a Igreja do primeiro século era um hospital para enfermos, um abrigo para órfãos e viúvas, um restaurante para os pobres, uma obra beneficente para os abandonados pela sociedade.
Trabalho com enfermos, usuários de drogas, pessoas especiais com alguma deficiência física, enfim...
Você é médico? Trate uma vez por semana de doentes sem cobrar nada.
Você é dentista, cabeleireiro, advogado, psicólogo, professor, pedreiro, enfermeira...
Doe um dia por semana, por mês pelo menos, de graça em favor dos santos.
Lembre-se:
- Preferência aos domésticos na fé (irmãos que se reúnem com você em sua região, como Igreja)
- Indoutos em geral, pessoas não convertidas ao Evangelho e que precisam de uma obra que comprova a fé, para crer no Evangelho, pois a fé sem obras é morta. E olha que Lutero que morreu 'padre' queria tirar Tiago da Bíblia.
Sobre salários para obreiros, falaremos mais adiante.
Para encerrar esse módulo, seguem dois textos:
1ª Coríntios 16: Ora, quanto à coleta que se faz para os santos (note bem: para os santos), fazei vós também o mesmo que ordenei aos irmãos que se reúnem como Igreja na Galácia. No primeiro dia da semana (domingo) cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar (façam fora das reuniões e não 1, 2, 3 e até 8 "ofertas" em um "culto", e pior, o destino quase sempre não é os pobres). Então, quando eu chegar, entregarei cartas de recomendação aos homens que vocês aprovarem (havia aprovação - votação - da Igreja local para escolher irmãos com boa reputação e que levariam o dinheiro aos irmãos pobres) e que os mandarei para Jerusalém (Yahushalaim) com a coleta de vocês. E, se valer a pena que eu também vá, irão comigo.
Pergunto: hoje os irmãos de uma comunidade cristã escolhem o destino do dinheiro, bem como quem administará essas doações? Não! Claro que não! São meia dúzia de líderes (as vezes só um líder decide) da nata denominacional que decidem essas coisas.
Último texto:
De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: "Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se", sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Mas alguém dirá: "Você tem fé; eu tenho obras". Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras. Tg 2:14 ao 18.
Vamos ao próximo módulo sobre poder e autoridade eclesiástica, bem como suas remunerações.